"Lamento apenas por duas coisas. Essas duas coisas são: lamento ter maltratado alguns animais na minha vida e lamento não poder assassinar toda a raça humana." - Carl Panzram
Definições gerais
Existem várias definições para o "serial killer", passe o estrangeirismo do termo, mas para sintetizar, "trata-se de um individuo que em diferentes eventos criminais, assassina três ou mais pessoas, seguindo um mesmo padrão, que acaba por se tornar a sua assinatura".
Este assassino é sem duvida um psicopata, cujo termo clínico, leva-nos para uma subdivisão de patologias, tais como transtornos, Esquizofrenia, paranóia, depressão, etc.
Por norma, os serial killers dividem-se em dois grupos: o primeiro, são do tipo organizado, composto por indivíduos que aparentam ter um comportamento enquadrado com a sociedade, mas que fingem de forma quase imaculada, serem cordiais e generosos. Planeiam bem os crimes, encobrindo todas as pistas. Estes indivíduos são, por norma, dotados de grande QI, enorme frieza e grande capacidade de gerir as suas emoções. O segundo grupo são os indivíduos do tipo desorganizado. Por norma, regem-se pela impulsividade, são até desmazelados e em consequência, os seus crimes são pouco planeados, surgem por impulso e deixam pistas.
Síndromes e traços comuns
Devido à complexidade dos homicídios em série, foi desenvolvida a técnica do perfil criminal, cujo objectivo é compreender a personalidade do agente que comete esse tipo de delito.
Após consultar a pagina do FBI, / serial killers / profilers, podemos ler o seguinte:
"Existem características comuns a alguns assassinos em série, incluindo busca de sensações, falta de remorso ou culpa, impulsividade, necessidade de controle e comportamento predatório. Esses traços (e comportamentos) são consistentes com o transtorno de personalidade psicopática.(...)
A psicopatia é um transtorno de personalidade manifestado em pessoas que usam uma mistura de charme, manipulação, intimidação e, ocasionalmente, violência para controlar os outros, a fim de satisfazer suas próprias necessidades egoístas."
Este profissionais de policia, com sede no pais onde existem mais serial killers / habitante no mundo, sabem que a relação entre a psicopatia e estes assassinos é particularmente interessante. Pois nem todos os psicopatas se tornam em assassinos em série. Mas assassinos em série podem possuir alguns (ou muitos) dos traços característicos da psicopatia (mentira sistemática, ausência de sentimentos afectivos, comportamentos impulsivos, falta de adaptação social, etc.)
Os psicopatas que cometeram assassinatos em série, não valorizam a vida humana e são extremamente insensíveis na sua conduta se "relação" com as suas vítimas. Isso é particularmente evidente em assassinos em série, com motivação sexual, que repetidamente violam e matam sem remorso. Jeffrey Dahmer, um serial killer, acusado de 17 assassinatos (décadas de 80 e 90), tivera actos de canibalismo com as suas vitimas. Algumas das suas vitimas eram trucidadas até ficarem moribundas, para ele as usar como "escravas sexuais". Para alem de lhe ser diagnosticado Síndrome de Boderline (transtorno que é caracterizada pelas mudanças súbitas de humor, medo de ser abandonado pelos amigos e comportamentos impulsivos) e Transtorno de personalidade esquizotípica ( dificuldade em manter relacionamentos saudáveis, e crenças sobrenaturais, desadequadas da realidade social) Dahmer foi considerado imputável em julgamento.
Podem ser curados?
A resposta "curta e grossa é NÃO!
De acordo com alguns especialistas em saúde mental, nomeadamente o Dr. Nigel Blackwood, um dos principais psiquiatras forenses do King's College de Londres, afirmou que os psicopatas adultos podem ser tratados ou administrados, mas não curados (!).
Segundo Blackwood, os psicopatas não temem a dor da punição e não se incomodam com a "estigmatização social". Os psicopatas são indiferentes às expectativas da sociedade e rejeitam a condenação pelo seu comportamento criminoso. De acordo com este "expert" da psiquiatria forense, os psicopatas são insensíveis e ausentes de emoção. Estes simplesmente não respondem ao castigo do mesmo modo que as pessoas normais fazem. Consequentemente, os psicopatas adultos, quando estão presos, são muito mais difíceis de reabilitar do que outros criminosos com transtornos de personalidade anti social mais leves. A explicação para este comportamento tem que ver com a sua estrutura anti social. Uma vez que eles não respondem de forma normal à punição, o tratamento é baseado em "recompensas" e aparentemente até tem dado resultados com psicopatas criminosos. Tais estratégias têm sido utilizadas efectivamente para enquadrar psicopatas em contextos institucionais (no interior das prisões).
No tratamento baseado em recompensas, os prisioneiros psicopatas recebem pequenos privilégios, como assistir televisão, jogar jogos ou outras regalias em troca de um bom comportamento. Por exemplo, o tratamento baseado em recompensas tem sido utilizado eficazmente com o "serial killer, condenado, Dennis Rader (conhecido como "Bind, Torture, Kill" ou BTK, que matou 10 pessoas no Kansas/ 2005), Segundo a revista psychology today "Rader tem sido um prisioneiro modelo, desde o seu encarceramento em 2005. Embora ele permaneça num cela solitária ,vinte e três horas por dia, ele tem vindo a receber privilégios crescentes, incluindo alimentos que gosta, em troca de seu bom comportamento. "
Texto de
Alexandre Lonewolf
Bibliografia:
- Psiquiatria Compreensiva para clínicos gerais - Hugh James
- revista psychology today
- Psicologia (especial serial killers)
- talking with serial killers - Christopher berry dee
- talking with serial killers - Christopher berry dee